quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

24/12 = horror


Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia, não encho mais a casa de alegria... Os anos se passaram enquanto eu dormia, e quem eu queria bem me esquecia...

Eu não tenho mais a cara que eu tinha, espelho essa cara já não é minha, e quando eu me toquei achei tão estranho, os meus seios já estavam desse tamanho...

Será que eu falei o que ninguém ouvia? Será que eu escutei o que ninguém me dizia? EU NÃO VOU ME ADAPTAR, EU NÃO VOU! ;/


Dezoito anos, e depois dezenove, vinte... Eu não queria ter que envelhecer, eu queria entrar nas mesmas roupas dos meus cinco anos, ou ser o centro das atenções como no meu aniversário de um aninho, eu queria que as mesmas pessoas especiais daquela época ainda me tratassem da mesma maneira, queria ter que por meias nos soutiens pra talvez imaginar como seria ter seios, queria me olhar no espelho e enxergar a mesma menina magrelinha com cabelo corte de tigela, uniforme do grêmio e janelinha nos dentes da frente, eu queria que as dificuldades fossem as mesmas daquele tempo, e que as responsabilidades não existissem... queria não ser julgada por atitudes erradas e mal comportamento, naquele tempo eram peraltisses, e agora é o que? Eu queria não ter que acordar todo dia preocupada com os horários e as contas, queria recuperar toda aquela inocência de criança... EU NÃO VOU ME ADAPTAR! EU NÃO QUERO ME ADAPTAR! ;/

domingo, 6 de dezembro de 2009

Precisa dizer mais?


Na esquina tenho um amigo, nesta grande cidade que não tem fim, os dias passam e as semanas correm, e antes mesmo que perceba, um ano passou. E eu nunca vejo meus velhos amigos, porque a vida é uma corrida rápida e terrível... ele sabe que gosto dele, como nos dias em que batia à sua porta.


E ele batia à minha porta, nós éramos mais jovens, e agora somos homens ocupados,cansados.


Cansados de jogar esse jogo idiota, cansados de tentar ter sucesso.


- Amanhã - digo - vou ligar ao Jim, só para lhe mostrar que penso nele.


Mas amanhã vem e amanhã vai, e a distância entre nós cresce e cresce...


Na esquina! O mesmo que a milhas de distância...


- Aqui está o telegrama, senhor. Jim morreu hoje. É isso que recebemos e merecemos no fim de contas. Na esquina, um amigo desaparecido.