sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Experimente me amar!


Me enlouqueça uma vez por mês, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: touca, boca, roca... Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar para a missa ou apresentar a família... Isso a gente resolve depois. Me deixe dirigir seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto... Olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos. Me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me sequestre... se nada funcionar, experimente me amar!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu não gosto.


Não gosto da forma com que as coisas mudam, eu gosto da época que a minha diversão era pegar um cavalo e entrar mato a dentro, sentar na beira de um riacho e imaginar o quão legal seria a minha vida daqui uns anos, mas não era, eu gosto de quando eu me juntava aos cachorros e brincava em um potreiro, dando tiros com uma espingarda de pressão em uma lata velha, que eu nunca errava, porque matar os pássaros não era legal, eu gostava daquela paz, de não ter absolutamente nada com que me preocupar, só olhar aquele céu estrelado e ver as corujas voando, pra chegar em casa e ver minha mãe morta de preocupação por eu ter apenas 13 anos e sair louca atrás do gado, o cavalo a pelo e aquela sensação de liberdade com um amigo que jamais iria me trair. Eu gostava de olhar o capim e imaginar que aquilo nunca ia acabar, de ter a minha casinha na árvore pra chorar nos momentos de desespero, andar por quilometros sem achar nada além da criação e cobras, tirar frutas doces das árvores, correr e imaginar se nada de sobrenatural havia acontecido naquele local, correr e ter a certeza de que aquilo era o que eu queria, acordar as cinco da manhã e ir pra estrebaria ver as vacas, estar sempre suja, pescando lambaris de tarrafa, andar por locais que hoje não passam de soja, milho e trigo, subir em uma carroceria e andar vendo a noite e querendo que aquilo jamais acabe. Queria acordar cedo ouvir o galo cantando, ter as pernas cheias de alergia por pisar em folhas de urtiga, e o pé sujo de lama de onde as vacas pisam, sentir que aquele céu azul era a minha realidade e olhar aquela casa de madeira sabendo que estaria sempre ali pra mim, mas não está... Volta??

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Na verdade longe do principal...

É compreensível que todos temos problemas, e que na maioria das vezes precisamos de ajuda para resolve-los, ou somente de um suporte onde possamos nos escorar nas horas de tristeza e aflição. Não podemos culpar as pessoas pelas nossas aflições, como nós mesmos, elas só estão atrás da própria felicidade e realização.

A felicidade... seria ela a ausência dos problemas, ou o saber lidar com os mesmos? Queria que todo mundo soubesse mesmo lidar com essas pulgas, que a toda hora mordem, incomodam, saltitam e torturam, enfim, enchem o saco...

Hoje eu tento lidar com os problemas dos meus pais, que de acordo com eles, são meus também, porque somos uma família, mas eu não entendo até que ponto o relacionamento deles está sob minha responsabilidade. Adultos, vacinados e talvez, responsáveis. Mas ultimamente, eu tenho sido a responsável por todas as frustrações da minha mãe, porque eu sou uma mentirosa, alcoolatra, irresponsável, que só pensa em si mesma, sair e festar, e o meu pai, eu nunca sei quando ele finge ou fala a verdade, ou quando se importa realmente, ele reconhece erros que nem cometeu só para agradar alguém, admite grosserias que ele nem se esforça pra mudar, só pra não se estressar, ele é frio, e nos momentos de tensão consegue manter uma calma invejável, e consegue enganar as pessoas com uma lábia que eu queria ter pra mim. Todos dizem que possuímos a mesma personalidade, mas me pergunto se sou assim tão centrada pra mim mesma, e tão manipuladora, talvez eu faça sem perceber, e com o tempo, talvez eu aperfeiçoe a técnica. --'

Já minha mãe, altruísta e fácil de enganar, acredita nas pessoas e na bondade delas, e acho que em todos esses vinte e cinco anos de casados, ela ainda não entende essa personalidade do meu pai, acho que é por isso que estão juntos até hoje, amanhã já não sei... Mesmo sem entender, ela se cansou, e meu pai não mede esforços pra me usar, ele me trata como uma criança, e eu vou usufruir disso até que eu possa... Saídas, dinheiro, carro, fale com sua mãe, me ajude. Será que ninguém entende que eu não posso interferir nos problemas e nas decisões deles? Não quero nenhum infeliz por decisões que tomaram se influenciando em mim. "Temos uma filha." Sua filha tem dezenove anos, se forma na faculdade em 2011, e não pretende ficar na barra da saia de vocês dois, ela pretende ter uma vida, uma casa, um salário, e responsabilidade, que de acordo com a minha mãe eu sou completamente incapaz de conseguir isso, é como seis motos em um globo da morte. Ela não pode me comparar com ela mesma, não pode pensar que cometerei os mesmos erros, e não pode basear a minha vida na dela. Já meu pai, ele acredita na minha capacidade, mas também sabe que tenho muito pra amadurecer ainda, e ele quer isso, e quer que eu me vire pra conseguir isso, não sei até que ponto eu gosto ou desgosto disso, talvez receber as coisas de mão beijada fosse mais simples e fácil, ou amadurecer sozinha seria melhor? Juro que eu não sei responder...

Sai de casa terça feira, e pra falar a verdade, não queria ter voltado, mas me preocupo, isso não quer dizer que perdoei todas as ofensas e calunias que foram ditas pra mim, mas pai é pai, mãe é mãe, e um casal é um casal, dessa vez, não quero me meter, não vou.

Família, ê, família, ahh, famíliaaa _|_ :)