quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Rebelde Sem Causa?

Essas aulas de psicologia mexem demais com a minha cabeça, quando não saio chorando, saio odiando alguém ou amando demais alguma coisa, mas sempre trazem à tona inúmeras lembranças nada agradáveis de recordar.

Hoje pensei muito na minha mãe, na minha adolescência, e em todas as frustrações que ela trouxe pra essa fase da minha vida. Ainda sinto o mesmo ódio daquela época, talvez não tão forte, mas muito mais consciente. Sinto mais ódio pela hipocrisia da relação que ela se esforçava em estabelecer entre nós, talvez por amor, ou apenas por obrigação. A confiança tão almejada não passava de faixada, para posteriormente afirmar pra si mesma que a parte dela foi feita. As vezes que fui motivo de chacota pela sua boca, os segredos meus revelados, e você me cobra confiança e cumplicidade...

É cruel uma adolescente não poder confiar na própria mãe, é cruel a falta de compreensão: "Converse comigo, desabafe, conte-me as coisas" ela dizia, mas mais cruel ainda são as respostas que sempre obtive, que não eram simples críticas ou repreensão, eram olhares de raiva e frases de desprezo... Nenhum conselho, nenhum abraço, apenas castigos...

Você não pode mais exercer poder sobre mim, eu cresci e tenho minha cabeça agora, e eu não vou ceder se você também não fizer o mesmo, eu preciso de você, e preciso que me entenda. Não há necessidade de revelar minhas intimidades, não abra meus diários, não queira descobrir, espere eu te contar. Não me queira só pra ti, talvez eu cometa os mesmos erros que os seus, ou quem sabe alguns a mais, mas nada que diga ou faça irá evitar, não da forma com que você diz, não me proíba de nada, me acompanhe, eu sei que você pode. Me elogie quando eu acertar, dizer que não passa da minha obrigação me deixa frustrada. Gritar comigo apenas me revolta mais, e eu odeio as suas regras, não compreendo-as. Você nunca impôs limites, porquê agora? Se sou madura para agir como você quer, porque ainda me trata como crianças sobre as coisas que eu quero?

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