segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Eternamente

Em cada amanhecer, juntamente com o sol, surge o emaranhado de lembranças que você deixou. Os pingos de chuva não se igualam as lágrimas que a sua ausência trás nos olhos. Ainda quando penso em você sinto o frio na barriga, sinto o braço arrepiar, e sinto vontade de sorrir, mas essa vontade logo passa quando a realidade bate na minha cara dizendo que você não vai voltar. Gosto de falar de você, mas algumas vezes parece que as pessoas não gostam de me ouvir, queria alguém que sentasse um dia pra escutar tudo que eu tenho pra contar de ti, da gente, do que aconteceu... Gosto de olhar suas fotos, lembro cada traço do seu rosto, o timbre da sua voz, a textura do cabelo, o cheiro que não me vem na mente agora, mas dias atrás senti o seu perfume, e meu coração disparou, parecia que ia sair pela boca.

Os sonhos diminuíram, mas isso não significa que eu deixe de pensar em você todos os dias, e quando eles vem durante meu sono, me esforço pra não acordar nunca, e quando acordo, incrivelmente estou mais feliz.

Passar sempre no mesmo lugar é torturante, é cruel, quase sempre fecho os olhos ou viro o rosto, tento pensar em outras coisas, se estou dirigindo acelero o carro, afinal, foi ali que você foi embora, e eu não queria que você fosse...

Já faz quase um ano, todo mundo me diz que o tempo ameniza, cura feridas, mas não essas, não essas necroses profundas de quem teve um coração arrancado e feito em mil pedaços, e nem diminuem a sensação de solidão e abandono. Eu não vou por Deus no meio disso, eu sei qual foi o erro e quem errou, você me perdoa? Eu queria ver você na minha frente agora, dizendo que sim, e que vai me perdoar sempre que eu fizer alguma coisa errada, me reprimindo, e me consolando, e sorrindo.

Eu queria poder te tocar só mais uma vez, passar a mão de leve no seu rosto, sentir tua mão nos meus cabelos. Queria nos dias de frio poder deitar no teu peito quente e me sentir protegida pelos teus braços, queria ouvir a tua língua presa e os teus nanananão, gostava quando me chamava de fafe e me contava da sua família, teus olhos sempre brilhavam quando falava na pequeninha. Eu queria um abraço, eu queria ouvir só um pouquinho você falar, queria o teu cheiro, queria tuas blusas nos dias de frio, eu queria ter mais um tempo pra mostrar tudo que eu queria mostrar pra você, eu queria você, aqui, agora, pra sempre... ;\

Tua última foto, da nossa última noite, que saudade...


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